Amigos do Fingidor

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Nua no ar

Jorge Bandeira
(Na inspiração da poeta Patti Smith)



Sabe aquela onda que percorre teu corpo nu e que te enche de luz?
São artefatos de imagens primordiais, de tempos remotos
E brilham feito uma candeia de estrelas na galáxia de tua pele
Algo como uma transmissão que te acompanha desde teu nascimento
Quando ainda eras uma esfera que buscava um encontro de pulsar
E mesmo assim a nudez te arremessou a este planeta e entre choro e surpresa
Te acalentaram nas primeiras fontes de tua energia crescente
Nudez que te fez caminhar e se banhar e perceber que o olhar te consumiu
Por este motivo despiu-se um mundo e profundo tu o sentiu submergido
E as variações de tuas andanças te fizeram retornar ao nascedouro de Sol
Somente a felicidade não foi possível nesta visão
Nu nunca negarás teu opositor pois ele te pertence
Nus seremos algo que se completa na infinidade
De um raio de Sol que penetra os poros
E que não reflete nada além do próprio ser
Nudez não se traduz: RELUZ.